
A RedeTV! estreou a série  "Donas de Casa Desesperadas", a versão brasileira de "Desperates Housewives". O  primeiro episódio, de 45 minutos, foi exibido sem intervalos comerciais. Apesar  de caprichada, a série peca pela falta de clima brasileiro.
Produzida em  parceria com a Disney, detentora dos direitos da versão original, "Desesperadas"  saiu dos estúdios de Buenos Aires, onde foi gravada, com cara idêntica à da  série americana --e provavelmente com a mesma cara das versões que serão  produzidas para toda a América Latina.
O subúrbio de Wisteria Lane virou  Arvoredo --que não pode nem sequer ser comparado a condomínios como Alphaville,  na região de São Paulo, que têm casas bem mais protegidas do que as  superexpostas casas com cerquinhas brancas dos subúrbios americanos.
O  primeiro episódio começa com uma situação inusual nas grandes cidades  brasileiras. Após o suicídio de Alice Monteiro (Sônia Braga), amigos e parentes  velam seu corpo em casa. Apesar de as grandes refeições do velório americano  terem sido eliminadas, pois seriam quase inconcebíveis para os nossos padrões, a  adaptação teria sido muito mais bem-sucedida se o velório fosse gravado em um  salão de velório de hospital ou cemitério.
Tudo isso seriam apenas  detalhes, se a adaptação da série não errasse na premissa. A série é sobre  donas-de-casa, mas as donas-de-casa brasileiras abastadas --e mesmo as não tão  abastadas-- vivem com pelo menos uma empregada doméstica a tiracolo. E acabam  tendo uma vida totalmente diferente daquela representada em "Donas de Casa  Desesperadas".
Nenhuma quatrocentona brasileira, como pretende ser Elisa  (Viétia Zangrandi), vai à cozinha preparar um jantar formal para o marido e para  os filhos, como acontece no episódio de estréia. Ela, no máximo, define o  cardápio. A verdadeira dona-de-casa brasileira, que vive sem uma doméstica, é  mais bem representada pela Dona Nenê (Marieta Severo), de "A Grande Família",  exibida há anos pela Globo.
É certo que a série não pretende ser uma  representação fiel de costumes. É certo também que a RedeTV! não tinha poder  para realizar alterações substanciais no programa, já que a Disney permitia  apenas pequenos ajustes. Mas a questão que fica é: por que realizar este tipo de  programa? Se o Brasil não tem tradição de adaptar programas de TV de ficção  (salvo iniciativas do SBT), por que não investir em inovação ou algo que  transforme a produção brasileira?
Deixando de lado estes  questionamentos, é inegável, no entanto, que o programa funciona bem como  entretenimento. A qualidade da imagem --bem superior à média da TV brasileira--,  o texto, a cenografia e a trilha sonora são impecáveis. Veremos se isso será  suficiente para atrair a audiência da TV aberta, que não se empolgou muito  quando a versão original da série foi exibida na mesma RedeTV! Mas as crianças dubladas ninguem merece! Será que uma produção dessa nao tinha mais orçamento para contratar alguns atores a mais .... Que feio.
Abaixo você encontra uma amostra do primeiro capitulo de desesperadas para você poder tirar suas próprias conclusões.. ( não serão muito diferentes hehehe...)
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Telespectadores Desesperados!!!
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