sábado, 14 de abril de 2012
Mídias Sociais na sala de aula: por que não utilizá-las?
Você certamente se lembra dos tempos de colegial (ou Ensino Médio, dependendo da sua idade): era comum ver vários alunos em sono profundo durante aulas como Química, Física ou Matemática. Há, hoje, quem culpe o atual método de ensino por essas ocorrências, acusando-o de enfadonho e desinteressante, que falha em prender a atenção de um público volátil, caracterizado pelo dinamismo.
Hoje, a chamada "Geração Z" tem como maior característica o fato de estar online o tempo todo. Essa turma nasceu em uma realidade globalizada e convive com informações em escala mundial desde o berço. Pensando nessa mudança, alguns especialistas e acadêmicos decidiram que chegou a hora de uma "nova aula" para capacitar esses "novos alunos".
Coordenador pedagógico e professor de Química da Oficina do Estudante (Campinas/SP), Anderson Dino é um desses acadêmicos que acham que o padrão atual, com alunos em silêncio e o professor ministrando o curso à frente de um quadro negro, precisa ser retrabalhado. Para ele, não é interessante que se mude tudo, mas adaptações bem grandes já viraram necessidade: "a lousa ainda é importante: como você vai ensinar Matemática sem ela?", diz o professor.
"A 'geração Z' é o que chamamos de 'nativos digitais', ou seja, já nascem tendo à mão smartphones, tablets e pacotes de dados e 3G pagos pelos pais", explica Dino. "É diferente da minha geração, por exemplo, que cresceu com apenas um televisor instalado na sala de jantar". Dino ainda diz que, pelo fato da geração "mandante" ser aquela mais antiga, certas regras foram passadas pelo ponto de vista deles: "existe uma lei estadual, por exemplo, que proíbe o uso de celular em sala de aula - o professor pode tomar o aparelho e devolver só quando terminar a aula. Isso conflita com os interesses da geração atual, que prefere se manter conectada o tempo todo com o que lhe interessa. Entretanto, mesmo essas pessoas mais antiquadas adotam a tecnologia quando enxergam a interatividade que ela pode promover entre eles e seus alunos".
Os argumentos de Anderson Dino são similares aos de outra acadêmica: Patricia Lopes da Fonte, autora do livro "Projetos Pedagógicos Dinâmicos: A Paixão de Educar e o Desafio em Inovar" (Editora WAK), diz que os alunos atuais anseiam pelo aprendizado que desafie seu conhecimento através de softwares e também pela web: "A Internet é uma tecnologia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. Essa motivação aumenta se o professor a faz em um clima de confiança, de abertura, de cordialidade com os alunos".
Mas, efetivamente, quais recursos da web estariam disponíveis para um uso mais pedagógico? Dino não se acanha em mostrar seus próprios métodos na Oficina do Estudante: "Nós, por exemplo, fazemos vídeo-aulas via Youtube, publicando o conteúdo do dia na rede de vídeos. Também praticamos conversas pertinentes via Twitter, páginas oficiais no Facebook - até aqueleLOLCat do gatinho na mesa de química nós usamos [Nota do Autor: o entrevistado se refere ao "Chemistry Cat", cujas piadas giram em torno de elementos químicos da tabela periódica.
Fonte também cita um exemplo que já vem sendo adotado por algumas instituições, que é a criação de um blog ou página da turma escolar. Por sua característica interativa, o blog pode produzir uma resposta quase imediata ao conteúdo publicado. Quando os alunos produzem um texto para publicar no blog, eles interagem com outros autores, pesquisam sobre o tema e passam a conhecer diversos escritores e ilustradores. Assim sendo, o interesse por obras literárias cresce, retomando e reinterpretando conceitos e práticas", explica.
Ambos enxergam a proibição ao uso da tecnologia social na sala de aula como uma tentativa de dissociar o ensino pedagógico da realidade do aluno. Os especialistas argumentam que, devido à onipresença da tecnologia na vida cotidiana, é inviável tentar proibir algo que é tão comum à rotina. Sobre isso, Fonte diz: "A tecnologia faz parte da vida atual e já não sabemos viver sem ela. Temos a responsabilidade de educar no sentido pleno da palavra, ou seja, transformar o aluno em cidadão ativo, participativo na sociedade. Como fazer isso ao limitar e restringir"?
Já Dino condena a atual prática de aversão à tecnologia: "As pessoas só enxergam o lado ruim da tecnologia. Há quem diga que o uso de smartphones, por exemplo, é distração e atrapalha a atenção do aluno. Na verdade, basta apenas que você saiba usar a tecnologia em seu favor". Para ele, o modelo de ensino utilizado hoje é muito "industrial": o professor é visto como o chefe "linha-dura" de uma empresa. Isso conflita com a mentalidade dos alunos atuais, que estão habituados à pesquisa de ferramentas próprias na busca de conhecimento. "Hoje, os alunos descobriram que o professor não é mais o único transmissor do aprendizado", diz.
Entretanto, existe uma questão estrutural: nem toda escola dispõe de acesso à internet, e aquelas que têm esse benefício costumam disponibilizá-lo em laboratórios fechados. Para o uso de redes sociais em aula, talvez seja necessária uma revisão de recursos - como wi-fi dentro das salas. Dino acredita que a tecnologia será barateada ao ser empregada para essa finalidade conforme os anos passam. O professor vai ainda mais longe, confiando num futuro onde todas as escolas poderão disponibilizar tablets para seus alunos.
Fonte já procura um método alternativo para tentar empregar essa reformulação pedagógica o mais brevemente possível: "Acho que o mais interessante é o trabalho se estender nas casas dos alunos, assim a lição de casa pode ser mais significativa e interessante. Nas escolas com poucos recursos existem outras possibilidades de inovação e o trabalho em grupos de estudo e pesquisa deve ser valorizado".
Mas e quanto à dispersão dos alunos? Como prender a atenção deles dentro de um ambiente tentador e impedir que o jovem, por exemplo, deixe a aula de lado e comece a ver clipes no Youtube? Dino já emprega um método simples para isso: "acho que o ideal é começarmos com vídeos pequenos, de alguns segundos. O maior problema dessa geração é seu imediatismo: esses alunos não são leitores, então é necessário um incentivo à interação voluntária - fazer com que eles queiram saber mais. Mas isso deve ser gradual - não dá para forçar tudo de uma vez".
Sobre as questões de segurança - talvez o ponto mais importante para o bem-estar dos alunos -, ambos salientam certas políticas: na Oficina do Estudante, onde Dino leciona, por exemplo, não há a prática de emprego das mídias sociais em turmas do Ensino Fundamental: "Não acho bom expor a criançada a isso tão cedo - é preciso discernimento por parte do aluno também, para que exista um bom uso dos novos métodos de ensino. O Facebook, por exemplo, só cria contas para maiores de 13 anos, então eu não incentivaria o uso de perfis falsos apenas pelo mérito de educar".
E você, o que acha do método atual de ensino? É necessária essa mudança que os entrevistados tentam empregar? Acha que seu filho aprenderia mais se a visão da tecnologia perante professores mudasse para algo mais favorável? Conte-nos nos comentários abaixo!
Por Rafael Arbulu em Olhar Digital
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quinta-feira, 12 de abril de 2012
Literacia na Sociedade da Informação.
“ (…) um indivíduo com competências de informação deve ser capaz de reconhecer quando a informação é necessária, e ter as capacidades para a localizar, avaliar e usar eficazmente" - American Library Association, 1989 |
- O perfil de literacia de uma população não é algo que possa ser
considerado constante, ou seja, que possa ser extrapolado a partir de uma
medida temporalmente localizada;
- O perfil de literacia de uma população não é algo que possa ser
deduzido a partir, simplesmente, dos níveis de escolaridade formal
atingidos;
- A literacia não pode ser encarada como algo que se obtém num
determinado momento e que é válido para todo o sempre;
- A literacia não é algo estático, isto é, as competências das
pessoas sofrem evolução (positiva ou negativa) das capacidades
individuais;
- Os níveis de literacia têm de ser vistos no quadro dos níveis de
exigência das sociedades num determinado momento e, nessa medida,
avaliadas as capacidades de uso para o desempenho de funções sociais
diversificadas;
- A literacia consiste num conjunto de competências que se vão aperfeiçoando
ao longo do tempo e através da experiência adquirida em pesquisa, seleção
e avaliação da informação.
- ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14724: Informação
e documentação. Trabalhos Acadêmicos - Apresentação. Rio de Janeiro:
ABNT, 2002.
- CALIXTO,
José António. Literacia da informação: um desafio para as bibliotecas. In:
HOMENAGEM ao Professor Doutor José Marques. Porto: Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, 2003, p. 39-48.
- PINTO,
Maria da Graça Castro. Da literacia ou de uma narrativa sempre imperfeita
de outra identidade pessoal. Revista Portuguesa de Educação, Braga, v.15,
n. 2, p. 95-123, jul. 2002.
- SEVERINO,
Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. rev. e ampl.
São Paulo: Cortez, 2002.
- TRINDADE,
Maria de Nazaret. Literacia: teoria e prática: orientações metodológicas.
São Paulo: Cortez, 2002. 167p.
- http://literaciadainformacao.web.simplesnet.pt/Home.htm
sábado, 7 de abril de 2012
★ ★ ★ ★ ★ Weekend (2011) - Andrew Haigh. UK
Depois de uma festa na casa de seus amigos héteros, Russell dirige-se para um bar gay. Pouco antes do horário de fechar, ele conhece Glen, mas o que era para ser apenas uma noite torna-se algo mais, algo especial. É um breve encontro que vai ressoar ao longo de suas vidas. Weekend é uma história de amor honesto e sem remorso entre dois caras e um filme sobre a luta universal para se ter uma vida autêntica em todas as suas formas. É sobre a busca pela identidade e a importância de fazer um compromisso apaixonado com sua vida. E mostra a realidade europeia de forma franca, muitas drogas...
Andrew Haigh, um escritor / diretor da escola de Mike Leigh onde o naturalismo é intenso, nos mostra a dinâmica intrincada de um relacionamento que por acaso é entre dois homens. A interação é mais importante que o sexo. Isto é - óbvio! - um filme gay, mas poderia facilmente ser um filme hétero.
Vale muito a pena ver!
domingo, 9 de outubro de 2011
Dê atenção as regras!!!
"Apaixone-se por alguém que te curte, que te espere, que te compreenda mesmo na loucura; por alguém que te ajude, que te guie, que seja teu apoio, tua esperança. Apaixone-se por alguém que volte para conversar com você depois de uma briga, depois do desencontro, por alguém que caminhe junto a ti, que seja teu companheiro. Apaixone-se por alguém que sente sua falta e que queira estar com você. Não apaixone-se apenas por um corpo ou por um rosto; ou pela idéia de estar apaixonado." (BERNARDI, Tati)
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segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Tecnologia me fascina!!!
AMO meu Android!!!
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domingo, 12 de junho de 2011
Resumo de um Pensamento Por TATY - Roda e Inova!
Tira a poeira dos livros, joga nos bibliotecários
Publicado por: Taty | Agosto 1, 2007
Xingando uma faculdade, e louca pra começar outra. Vai entender…
É que tenho paixão por informática, e sabe, biblioteconomia, já deu…Se eu cansei de ser bibliotecária? Não! Cansei do que vem a ser o profissional de biblioteconomia. Assim mesmo, sem gênero ou grau.
Cansei de TODOS eles. Gente chata, feia, mal amada e burra! Salvo raras excessões, como tudo nessa vida.
Biblioteconomia é uma profissão interessante, construtiva. Mais importante, instrutiva! Tende a crescer vertiginosamente no Brasil, onde ainda é desconhecida e com potencial pouco explorado. O que emperra tudo é a preguiça do próprio profissional, que parece ter medo de dizer aos outros: “Ó, eu sou bibliotecário e exijo respeito!”
Pombas, quando é que esse povinho que tá no mercado vai aprender que pra gerenciar uma biblioteca com a finalidade ao qual se destina, não importa as regras bibliotecônomicas de preenchimentos de tags marc, e sim se o usuário, na hora em que solicitar sua ajuda pra pesquisar naquele sistema fuleiro que você – SIM, VOCÊ! – mantém em sua biblioteca, consegue localizar o que ele precisa, sem altos malabarismos intelectuais. Porra, se ele quer saber sobre macacos, coloca macacos no sistema, não primatas de nariz vermelho do centro-oeste da américa latina ou primatas de nariz azul do leste. Macaco é macaco no planeta inteiro! O usuário é que define de onde é que ele quer o macaco!
Cansei de bibliotecário mala que acha que pra ser respeitado, tem que falar difícil, pensar que é advogado, fingir que é administrador, dar uma de psicólogo, e ainda achar que ser faxineiro da própria biblioteca é mais do que sua obrigação. Acorda infeliz!!
A profissão evolui com a informação. Informação ==> Tecnologia ===> Tecnologia da Informação e o bibliotecário acha que o mundo se resume aos impressos. Ai que me dói o fígado… rs
Bibliotecário não festeja. Ele tem que se mostrar sério pra ser respeitado. Bibliotecário bêbado seria o fim da picada. Engraçado, todos os outros profissionais se divertem, só o bibliotecário que não. Quer ver quando o bibliotecário fica feliz? Quando ele consegue se esconder no meio dos livros, pq a biblioteca pra maioria deles é esconderijo, não trabalho.
Bibliotecário não atende ao público. Isso quem faz é o estagiário. Pra tirar o bibliotecário do seu trono, só se o usuário reclamar da multa, ou atrasar o livro. Ai sim, o Deus-bibliotecário desce de seu céu particular e chega, pedante, com roupa de couro e chicotinho, com o maior prazer do mundo e diz que o usuário tem que pagar, pq etc, etc, e etc, e o restante da história muitos conhecem. Todo mundo já frequentou uma biblioteca uma vez na vida, já pagou multa e passou por isso.
É chato, pra não dizer desnecessário. Falta de educação não se cura com dinheiro…
Eu tenho idéias mirabolantes sobre bibliotecas, acho mesmo que elas deviam ser parecidas com casas noturnas, acho que devia ter uma parte destinada a uma cafeteria, uma jukebox, redes para leitura e pq não, para um cochilo.
Biblioteca não tem que ser um lugar chato. Ela é um centro de cultura, de encontros, onde a gente só vai pra matar a curiosidade, procurar companhia… Se vissemos a biblioteca de outra forma, principalmente as universitárias, só ganhariamos. Até financeiramente, já que ela pode passar a gerar lucro pra instituição. Pq não ser uma biblioteca-livraria-cafeteria? Mais empregos, mais dinheiro, prazer para todos…
No próximo, discorro sobre as cólicas que eu causei em vocês, bibliotecários, quando falei em cafés e livros…
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Texto no Original
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quarta-feira, 8 de junho de 2011
Turma de 2011. A qual panelinha vc pertence!
Desde os atletas até os geeks da banda de nerds, mesmo o vasto mundo das mídias sociais vem com seus próprios estereótipos e angústia adolescente.
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terça-feira, 7 de junho de 2011
'Mod MTV' - Weekly Information Brainstorm
Mod MTV | 01 | Faça você mesmo
Mod MTV | 02 | Colaborativismo
Mod MTV | 03 | Tecnologias Obsoletas
Mod MTV | 04 | Arte e Tecnologia
Mod MTV | 05 | TV vs. Internet
Mod MTV | 06 | Cyberativism
Mod MTV | 07 | Música
Mod MTV | Teaser
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sábado, 4 de junho de 2011
Search Eengine Optimization
A idéia é criar a maior lista possível, não se preocupe em obter uma lista completa agora, apenas tenha certeza de que você conseguiu listar tudo aquilo que conseguiu pensar até o momento.
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Brasil é o país que mais cresce no Facebook
Com mais 1,9 milhão de novos usuários, a participação do Brasil na rede social subiu 11% no mês de maio; País tem mais de 19 milhões de usuários.
As estatísticas da empresa fornecem detalhes sobre o uso do Facebook por usuários brasileiros. Não há, no entanto, explicações sobre a metodologia utilizada.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Social Network...
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quinta-feira, 8 de julho de 2010
"Asas do desejo", de Wim Wenders - Uma análise biblioteconômica.
"Asas do desejo", do diretor Wim Wenders (1987), cuja tradução literal do alemão seria "O céu sobre Berlim" (Der Himmel über Berlin), é um filme ora monocromático, ora colorido. Um filme polifônico, polilíngue. Múltiplas histórias se desenrolam. "Asas do desejo" é um filme sobre tudo, se o desejar. Pode ser um filme sobre anjos sobrevoando Berlim. Sobre um anjo que "cai". Um romance inesperado. Sobre conceitos acerca da biblioteca e o bibliotecário. Um filme sobre o inefável. Uma fábula.
O filme se desenvolve, boa parte, no interior da Biblioteca Estatal de Berlim (Staatsbibliothek zu Berlin) e arredores. As cenas na biblioteca caracterizam-se pela ausência de diálogos, pelo ritmo lento e mini-monólogos mentais.
A câmera narra, ora através do olhar dos anjos Cassiel ou Damiel, ora pelo olhar de um terceiro. Passeamos entre leitores, estantes e mesas enfileiradas, percebe-se assim toda a estrutura da Biblioteca Estatal de Berlim. Com eles, aos poucos, conforme caminham, vemos outros anjos na Biblioteca. Sabe-se que são anjos porque se cumprimentam com leves sorrisos e com movimentos de cabeça, já que os humanos não os vêem. Anjos-bibliotecários que guardam os leitores e auxiliam os estudantes. Talvez, mas de fato não se sabe o que eles fazem ali, mas demonstram gostar daquele ambiente, sentem-se à vontade na biblioteca.
Ouvem-se murmúrios, sussurros. Vozes mentais dos leitores que, num crescente, formam uma Babel. Porque neste ponto deferem-se dos humanos, que quando vão a uma biblioteca há um silêncio entrecortado por burburinhos aleatórios. Para os anjos de Wenders, a biblioteca é um dos lugares mais barulhentos, pois podem ouvir os pensamentos dos usuários. Todos estes aspectos dão a sensação de um ambiente onírico.
De repente, um velho sobe pelas escadas. É Homero, um contador de histórias. É dele a única voz interna que se pode distinguir e que se destaca dos murmúrios. Homero é o único a quem podemos ouvir. Cansado, ofegante, lamenta não ter mais a quem contar histórias: "Com o tempo, aqueles que ouviam a mim, tornaram-se meus leitores. Não sentam mais em círculo, mas a sós. E um não sabe nada do outro. Sou um velho de voz fraca, mas o conto ainda surge do fundo."
Paradoxalmente, o lugar da memória, a biblioteca, é antagonista de Homero. Ele não tem mais quem ouça suas histórias. As pessoas as lêem nos livros, solitariamente. A biblioteca de "Asas do desejo" é o lugar da humanização (dos anjos) e da cultura. Lugar onde a memória não apenas está guardada, mas de onde ela se desprende para circular entre os leitores. Lugar que abriga a palavra e que acolhe e torna possível a narrativa.
Traçando um paralelo, de tudo discorrido até este momento no filme, com a biblioteconomia, podemos nos questionar se a visão do mundo, lê-se, sociedade, sobre a biblioteconomia não é a de um mundo monocromático, de que o bibliotecário é um ser totalmente servil, que ouve e retém todas as solicitações, lamurias e dúvidas sem interagir, e somente se manifesta quando é necessário, assim como os anjos que só tocam os humanos mais angustiados. Não só pela sociedade, mas por muitos bibliotecários também é.
Será que a função do bibliotecário é andar sem ser percebido pelos leitores, assim como os anjos de Wenders?
Assim como Damiel, nós bibliotecários precisamos nos apaixonar e nos jogar no mundo biblioteconômico de tal forma que nosso mundo passe de monocromático a multicolorido, com cores vibrantes e explosivas, para que nossa paixão e entusiasmo sejam irradiados a todos que nos cerca. E que estas cores se espalhem pela nossa biblioteca com o intuito de que o conto que ainda surge do fundo, assim como em Homero, possa eclodir e transformar meros solitários em apaixonados também.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Mais um passo!
Rio - A Polícia Militar vai pagar pensão a ex-companheiro homossexual de policial que morreu. A corporação anunciou que, caso a união estável seja comprovada, vai conceder o benefício normalmente. Na última sexta-feira, uma advogada solicitou à PM o direito de pensão para o cliente, que vivia em união estável com um capelão militar. Os nomes não foram divulgados pela instituição.
Relações públicas da PM, o tenente coronel Lima Castro afirma que não há preconceito na corporação. “O procedimento é normal com qualquer caso, tanto de casal hetero quanto homossexual. A PM não tem nenhum problema com relação a isso. Se ficar provada a união estável, haverá pensão”, garante Lima Castro.
Nos últimos anos, os homossexuais têm garantido, às vezes sem necessidade de intervenção da Justiça, o direito a pensões por morte dos companheiros. Eurivaldo Bezerra, advogado especialista em Direito Previdenciário, vê menos dificuldades atualmente.
“A discussão hoje já não está tão complexa. Ainda é difícil, mas algumas barreiras já caíram. A dificuldade maior é comprovar a própria união estável”, explica o advogado. Ele acrescenta que, quando a relação é comprovada, a Justiça obriga a instituição a conceder a pensão.
LEGISLAÇÃO FAVORECE
Júlio Moreira, coordenador técnico do Grupo gay Arco Íris, mostra-se animado com a decisão da PM. “É uma tendência positiva. No caso da PM, que ainda tem muita resistência, é interessante. Isso abre uma gama de discussão e é um avanço na questão até mesmo dos direitos humanos”, comemora. Júlio destaca ainda a existência de leis que favorecem as decisões favoráveis ao gays.
Na Guarda Municipal do Rio, por se tratarem de servidores municipais, agentes têm pensões pagas pelo Previ-Rio. A instituição informa que o pagamento é feito independentemente da orientação sexual do segurado, de acordo com a Lei Municipal 3.344/01.
Casais devem registrar relação em cartório
Para garantir o direito à pensão após a morte de parceiro, o principal fator é comprovar a união estável. Eurivaldo Bezerra, advogado especialista em Direito Previdenciário, orienta sobre o que é necessário. “Tem que apresentar algum documento, como cartão de crédito, contrato de locação, conta bancária. Tudo conjunto”. Com isso é possível provar quantos anos o casal viveu junto.
Júlio Moreira, do Grupo Arco-Íris, aconselha o casal a registrar a união em cartório e reconhecer, inclusive, o patrimônio constituído e como seria dividido, em caso de morte de um dos dois. Isso, segundo Moreira, serve como prova até se necessário recorrer à Justiça.
fonte: internet
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segunda-feira, 14 de junho de 2010
Galvão Bueno em primeiro lugar nos assuntos do Twitter
Durante o show da abertura da Copa do Mundo na África do Sul nesta quinta-feira, o locutor Galvão Bueno alcançou o primeiro lugar entre os assuntos mais comentados do Twitter em escala global. Será que é tanta gente amando o Galvão? Não. A responsável pelo sucesso é justamente a expressão "cala boca galvão".
E o sucesso só tende a crescer dramaaaaaaaaaaaaticamente. Frente às dúvidas dos usuários estrangeiros do Twitter, que perguntavam "quem é Cala Boca Galvao", parte dos tuiteiros brasileiros prolongou a piada com bom humor, afirmando que se tratava de uma canção inédita da Lady Gaga. Até aí, nada de muito interessante.
Mas a brincadeira está ganhando versões mais elaboradas. Uma resposta falsa para os gringos afirmava que "cala boca" significaria "salve / salvem", e que "galvão" seria uma espécie de ave em risco de extinção. Portanto, cada "cala boca galvão" enviado pelo Twitter valeria US$ 0,10 para a Galvao Bird's Foundation. Já tem até cartaz e a campanha está correndo o mundo.
Não se tem notícias de quantas aves já foram salvas graças ao locutor brasileiro.
Tudo leva a crer que o sucesso meteórico de Galvão está apenas começando.
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domingo, 13 de junho de 2010
'Na forma da lei': Maurício Mattar vive delegado gay no seriado
O delegado Pontes, personagem de Maurício Mattar em “Na forma da lei”, até engana, mas é bem diferente dos mocinhos que o ator já interpretou na TV. Ninguém desconfia, mas o policial do seriado, que estreia dia 15 na Globo, é homossexual e tem uma intensa vida noturna.
— Pontes é um homem rústico, viril, vaidoso, que sai do armário à noite e frequenta boate gay — conta o ator, que entra em cena a partir do quinto episódio: — Ele tem um flerte com o Serginho (Michel Waisman) durante um tempo. E, mais para a frente, vai investir em um rapaz. Acaba sendo prejudicado por isso.
Acostumado a ocupar o posto de galã, o ator conta que não tem medo de sofrer rejeição do público.
— Se estranharem, vou achar maravilhoso. Se fosse assim, todo mundo ficaria muito triste quando o Rodrigo Santoro viveu um travesti em “Carandiru” — opina: — O importante é que vejam que é um trabalho bem elaborado. Essa é a grande delícia de ser ator.
Mattar explica que Pontes mostra o lado ruim da polícia: corrupto, ele acoberta falcatruas de acordo com quem paga mais.
— Ele faz jogo sujo. Mas esse é o quadro normal, né? É só ligar o noticiário que você vê o Pontes — diz.
Para compor o visual do delegado, Mattar deixou o cabelo grisalho e adotou um cavanhaque, a pedido do diretor Wolf Maya.
— Ficou uma coisa meio Johnny Depp, gostei do resultado. A tatuagem no pescoço também deixa o visual mais agressivo — diz o ator, acrescentando que fará uma homenagem ao personagem Kojak, protagonista de uma série americana dos anos 70: — Ele usava sempre um pirulito na boca. Também vou usar. Achei que seria mais um elemento interessante para o personagem.
Além do seriado, o ator se prepara para gravar um CD e um DVD em julho ou agosto, mantendo seu conhecido estilo romântico.
— O romantismo está sempre em mim — afirma ele, casado com a bailarina Keiry Costa há dois anos e meio.
Pontes não está sozinho: o delegado Sávio (Thiago Reis) reforça o time de policiais gays no seriado. Casado e pai de uma menina, o jovem descobre sua homossexualidade ao se apaixonar pelo repórter Ademir (Samuel de Assis). Polêmica à vista?
— Quero mais é que tenha polêmica! — vibra Thiago, em seu primeiro papel de destaque na TV: — Só fico um pouco apreensivo com uma repercussão negativa entre os policiais. Mas gays existem em todos os lugares.
Irmão do ator Cássio Reis, o paulistano de 28 anos conta que o envolvimento entre o delegado e o jornalista começa aos poucos:
— Sávio conhece Ademir no IML e eles viram parceiros, começam a sair, como amigos, no início. A paixão não é assumida, mas todo mundo desconfia.
Apesar de trabalharem juntos em alguns casos, Ademir não se aproveita do relacionamento para conseguir informações privilegiadas. O repórter é um dos cinco protagonistas, um grupo de amigos que tenta fazer o serial killer Maurício (Márcio Garcia) pagar por seus crimes na trama.
— Ele sabe separar as coisas — conta o sergipano Samuel, também de 28 anos: — Ademir é bem resolvido com a sexualidade dele. Mas tem um passado sofrido, por ser gay e negro, e junta tudo isso nesse sentimento de justiça. Meu personagem está determinado a colocar esse assassino na cadeia.
Encarando seu trabalho mais importante na televisão, Samuel não tem medo de ficar estigmatizado pelo papel.
— Isso nem passou pela minha cabeça — afirma.
Por Sessão Extra
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Unknown
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