segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Agora é oficial! ....

A Rainha do pop se apresenta nos dias 14 de dezembro no Rio e 18 em São Paulo. Valores dos ingressos vão de R$ 160 a R$ 600.



Madonna tem finalmente confirmada sua nova passagem pelo Brasil, com dois shows no final do ano. A rainha do pop se apresenta no dia 14 de dezembro, no Rio de Janeiro (Maracanã), e no dia 18 em São Paulo (Estádio do Morumbi).

Os ingressos para assistir à etapa brasileira da turnê "Sticky and sweet" vão custar entre R$ 160 e R$ 600 nas duas capitais, com vendas a partir de setembro.

A turnê servirá para divulgar seu mais recente álbum "Hard candy", seu 11º disco de estúdio, que contou com participações e produção de Timbaland, Justin Timberlake e Pharrell Williams.

O DJ inglês Paul Oakenfold estará também presente na passagem pelo Brasil da cantora norte-americana.

Rio de Janeiro
Quando: 14 de dezembro (domingo), às 20h
Onde: Estádio do Maracanã
Quanto: R$ 180 (arquibancadas), R$ 220 (cadeiras laterais), R$ 250 (cadeiras centrais e pista), R$ 300 (arquibancada central),R$ 600 (pista VIP)

domingo, 13 de julho de 2008

Espelho.. A verdade dentro da alma...

Durante minha passagem pela faculdade de letras da UFRJ desenvolvi um trabalho de teoria literária sobre os textos expostos a baixo.Espero que vocês com a leitura dos dois textos consigam de alguma forma se identificar com o assunto, e se por ventura refletir, não tenha medo de vislumbrar as "abobrices" que somos capaz de pensar!

Enjoy it!



O ESPELHO

João Guimarães Rosa



Se quer seguir-me, narro-lhe; não uma aventura, mas experiência, a que me induziram, alternadamente, séries de raciocínios e intuições. Tomou-me tempo, desânimos, esforços. Dela me prezo, sem vangloriar-me. Surpreendo-me, porém, um tanto à-parte de todos, penetrando conhecimento que os outros ainda ignoram. O senhor, por exemplo, que sabe e estuda, suponho nem tenha idéia do que seja na verdade — um espelho? Demais, decerto, das noções de física, com que se familiarizou, as leis da óptica. Reporto-me ao transcendente. Tudo, aliás, é a ponta de um mistério. Inclusive, os fatos. Ou a ausência deles. Duvida? Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo.

Fixemo-nos no concreto. O espelho, são muitos, captando-lhe as feições; todos refletem-lhe o rosto, e o senhor crê-se com aspecto próprio e praticamente imudado, do qual lhe dão imagem fiel. Mas — que espelho? Há-os «bons» e «maus», os que favorecem e os que detraem; e os que são apenas honestos, pois não. E onde situar o nível e ponto dessa honestidade ou fidedignidade? Como é que o senhor, eu, os restantes próximos, somos, no visível? O senhor dirá: as fotografias o comprovam. Respondo: que, além de prevalecerem para as lentes das máquinas objeções análogas, seus resultados apóiam antes que desmentem a minha tese, tanto revelam superporem-se aos dados iconográficos os índices do misterioso. Ainda que tirados de imediato um após outro, os retratos sempre serão entre si muito diferentes. Se nunca atentou nisso, é porque vivemos, de modo incorrigível, distraídos das coisas mais importantes. E as máscaras, moldadas nos rostos? Valem, grosso modo, para o falquejo das formas, não para o explodir da expressão, o dinamismo fisionômico. Não se esqueça, é de fenômenos sutis que estamos tratando.

Resta-lhe argumento: qualquer pessoa pode, a um tempo, ver o rosto de outra e sua reflexão no espelho. Sem sofisma, refuto-o. O experimento, por sinal ainda não realizado com rigor, careceria de valor científico, em vista das irredutíveis deformações, de ordem psicológica. Tente, aliás, fazê-lo, e terá notáveis surpresas. Além de que a simultaneidade torna-se impossível, no fluir de valores instantâneos. Ah, o tempo é o mágico de todas as traições... E os próprios olhos, de cada um de nós, padecem viciação de origem, defeitos com que cresceram e a que se afizeram, mais e mais. Por começo, a criancinha vê os objetos invertidos, daí seu desajeitado tactear; só a pouco e pouco é que consegue retificar, sobre a postura dos volumes externos, uma precária visão. Subsistem, porém, outras pechas, e mais graves. Os olhos, por enquanto, são a porta do engano; duvide deles, dos seus, não de mim. Ah, meu amigo, a espécie humana peleja para impor ao latejante mundo um pouco de rotina e lógica, mas algo ou alguém de tudo faz frincha para rir-se da gente... E então?

Note que meus reparos limitam-se ao capítulo dos espelhos planos, de uso comum. E os demais — côncavos, convexos, parabólicos — além da possibilidade de outros, não descobertos, apenas, ainda? Um espelho, por exemplo, tetra ou quadridimensional? Parece-me não absurda, a hipótese. Matemáticos especializados, depois de mental adestramento, vieram a construir objetos a quatro dimensões, para isso utilizando pequenos cubos, de várias cores, como esses com que os meninos brincam. Duvida?

Vejo que começa a descontar um pouco de sua inicial desconfiança, quanto ao meu são juízo. Fiquemos, porém, no terra-a-terra. Rimo-nos, nas barracas de diversões, daqueles caricatos espelhos, que nos reduzem a mostrengos, esticados ou globosos. Mas, se só usamos os planos — e nas curvas de um bule tem-se sofrível espelho convexo, e numa colher brunida um côncavo razoável — deve-se a que primeiro a humanidade mirou-se nas superfícies de água quieta, lagoas, lameiros, fontes, delas aprendendo a fazer tais utensílios de metal ou cristal. Tirésias, contudo, já havia predito ao belo Narciso que ele viveria apenas enquanto a si mesmo não se visse... Sim, são para se ter medo, os espelhos.

Temi-os, desde menino, por instintiva suspeita. Também os animais negam-se a encará-los, salvo as críveis excepções. Sou do interior, o senhor também; na nossa terra, diz-se que nunca se deve olhar em espelho às horas mortas da noite, estando-se sozinho. Porque, neles, às vezes, em lugar de nossa imagem, assombra-nos alguma outra e medonha visão. Sou, porém, positivo, um racional, piso o chão a pés e patas. Satisfazer-me com fantásticas não-explicações? — jamais. Que amedrontadora visão seria então aquela? Quem o Monstro?

Sendo talvez meu medo a revivescência de impressões atávicas? O espelho inspirava receio supersticioso aos primitivos, aqueles povos com a idéia de que o reflexo de uma pessoa fosse a alma. Via de regra, sabe-o o senhor, é a superstição fecundo ponto de partida para a pesquisa. A alma do espelho — anote-a — esplêndida metáfora. Outros, aliás, identificavam a alma com a sombra do corpo; e não lhe terá escapado a polarização: luz—treva. Não se costumava tapar os espelhos, ou voltá-los contra a parede, quando morria alguém da casa? Se, além de os utilizarem nos manejos da magia, imitativa ou simpática, videntes serviam-se deles, como da bola de cristal, vislumbrando em seu campo esboços de futuros fatos, não será porque, através dos espelhos, parece que o tempo muda de direção e de velocidade? Alongo-me, porém. Contava-lhe...

— Foi num lavatório de edifício público, por acaso. Eu era moço, comigo contente, vaidoso. Descuidado, avistei... Explico-lhe: dois espelhos — um de parede, o outro de porta lateral, aberta em ângulo propício — faziam jogo. E o que enxerguei, por instante, foi uma figura, perfil humano, desagradável ao derradeiro grau, repulsivo senão hediondo. Deu-me náusea, aquele homem, causava-me ódio e susto, eriçamento, espavor. E era — logo descobri... era eu, mesmo! O senhor acha que eu algum dia ia esquecer essa revelação?

Desde aí, comecei a procurar-me — ao eu por detrás de mim — à tona dos espelhos, em sua lisa, funda lâmina, em seu lume frio. Isso, que se saiba, antes ninguém tentara. Quem se olha em espelho, o faz partindo de preconceito afetivo, de um mais ou menos falaz pressuposto: ninguém se acha na verdade feio: quando muito, em certos momentos, desgostamo-nos por provisoriamente discrepantes de um ideal estético já aceito. Sou claro? O que se busca, então, é verificar, acertar, trabalhar um modelo subjetivo, preexistente; enfim, ampliar o ilusório, mediante sucessivas novas capas de ilusão. Eu, porém, era um perquiridor imparcial, neutro absolutamente. O caçador de meu próprio aspecto formal, movido por curiosidade, quando não impessoal, desinteressada; para não dizer o urgir científico. Levei meses.

Sim, instrutivos. Operava com toda a sorte de astúcias: o rapidíssimo relance, os golpes de esguelha, a longa obliqüidade apurada, as contra-surpresas, a finta de pálpebras, a tocaia com a luz de-repente acesa, os ângulos variados incessantemente. Sobretudo, uma inembotável paciência. Mirava-me, também, em marcados momentos — de ira, medo, orgulho abatido ou dilatado, extrema alegria ou tristeza. Sobreabriam-se-me enigmas. Se, por exemplo, em estado de ódio, o senhor enfrenta objetivamente a sua imagem, o ódio reflui e recrudesce, em tremendas multiplicações: e o senhor vê, então, que, de fato, só se odeia é a si mesmo. Olhos contra os olhos. Soube-o: os olhos da gente não têm fim. Só eles paravam imutáveis, no centro do segredo. Se é que de mim não zombassem, para lá de uma máscara. Porque, o resto, o rosto, mudava permanentemente. O senhor, como os demais, não vê que seu rosto é apenas um movimento deceptivo, constante. Não vê, porque mal advertido, avezado; diria eu: ainda adormecido, sem desenvolver sequer as mais necessárias novas percepções. Não vê, como também não se vêem, no comum, os movimentos translativo e rotatório deste planeta Terra, sobre que os seus e os meus pés assentam. Se quiser, não me desculpe; mas o senhor me compreende.

Sendo assim, necessitava eu de transverberar o embuço, a travisagem daquela máscara, a fito de devassar o núcleo dessa nebulosa — a minha vera forma. Tinha de haver um jeito. Meditei-o. Assistiram-me seguras inspirações.

Concluí que, interpenetrando-se no disfarce do rosto externo diversas componentes, meu problema seria o de submetê-las a um bloqueio “visual” ou anulamento perceptivo, a suspensão de uma por uma, desde as mais rudimentares, grosseiras, ou de inferior significado. Tomei o elemento animal, para começo.

Parecer-se cada um de nós com determinado bicho, relembrar seu facies, é fato. Constato-o, apenas; longe de mim puxar à bimbalha temas de metempsicose ou teorias biogenéticas. De um mestre, aliás, na ciência de Lavater, eu me inteirara no assunto. Que acha? Com caras e cabeças ovinas ou eqüinas, por exemplo, basta-lhe relancear a multidão ou atentar nos conhecidos, para reconhecer que os há, muitos. Meu sósia inferior na escala era, porém — a onça. Confirmei-me disso. E, então, eu teria que, após dissociá-los meticulosamente, aprender a não ver, no espelho, os traços que em mim recordavam o grande felino. Atirei-me a tanto.

Releve-me não detalhar o método ou métodos de que me vali, e que revezavam a mais buscante análise e o estrênuo vigor de abstração. Mesmo as etapas preparatórias dariam para aterrar a quem menos pronto ao árduo. Como todo homem culto, o senhor não desconhece a Ioga, e já a terá praticado, quando não seja, em suas mais elementares técnicas. E, os “exercícios espirituais” dos jesuítas, sei de filósofos e pensadores incréus que os cultivam, para aprofundarem-se na capacidade de concentração, de par com a imaginação criadora... Enfim, não lhe oculto haver recorrido a meios um tanto empíricos: gradações de luzes, lâmpadas coloridas, pomadas fosforescentes na obscuridade. Só a uma expediência me recusei, por medíocre senão falseadora, a de empregar outras substâncias no aço e estanhagem dos espelhos. Mas, era principalmente no modus de focar, na visão parcialmente alheada, que eu tinha de agilitar-me: olhar não-vendo.. Sem ver o que, em meu rosto, não passava de reliquat bestial. Ia-o conseguindo?

Saiba que eu perseguia uma realidade experimental, não uma hipótese imaginária. E digo-lhe que nessa operação fazia reais progressos. Pouco a pouco, no campo-de-vista do espelho, minha figura reproduzia-se-me lacunar, com atenuadas, quase apagadas de todo, aquelas partes excrescentes. Prossegui. Já aí, porém, decidindo-me a tratar simultaneamente as outras componentes, contingentes e ilusivas. Assim, o elemento hereditário — as parecenças com os pais e avós — que são também, nos nossos rostos, um lastro evolutivo residual. Ah, meu amigo, nem no ovo o pinto está intacto. E, em seguida, o que se deveria ao contágio das paixões, manifestadas ou latentes, o que ressaltava das desordenadas pressões psicológicas transitórias. E, ainda, o que, em nossas caras, materializa idéias e sugestões de outrem; e os efêmeros interesses, sem seqüência nem antecedência, sem conexões nem fundura. Careceríamos de dias, para explicar-lhe. Prefiro que tome minhas afirmações por seu valor nominal.

À medida que trabalhava com maior mestria, no excluir, abstrair e abstrar, meu esquema perspectivo clivava-se, em forma meândrica, a modos de couve-flor ou bucho de boi, e em mosaicos, e francamente cavernoso, como uma esponja. E escurecia-se. Por aí, não obstante os cuidados com a saúde, comecei a sofrer dores de cabeça. Será que me acovardei, sem menos? Perdoe-me, o senhor, o constrangimento, ao ter de mudar de tom para confidência tão humana, em nota de fraqueza inesperada e indigna. Lembre-se, porém, de Terêncio. Sim, os antigos; acudiu-me que representavam justamente com um espelho, rodeado de uma serpente, a Prudência, como divindade alegórica. De golpe, abandonei a investigação. Deixei, mesmo, por meses, de me olhar em qualquer espelho.

Mas, com o comum correr quotidiano, a gente se aquieta, esquece-se de muito. O tempo, em longo trecho, é sempre tranqüilo. E pode ser, não menos, que encoberta curiosidade me picasse. Um dia... Desculpe-me, não viso a efeitos de ficcionista, inflectindo de propósito, em agudo, as situações. Simplesmente lhe digo que me olhei num espelho e não me vi. Não vi nada. Só o campo, liso, às vácuas, aberto como o sol, água limpíssima, à dispersão da luz, tapadamente tudo. Eu não tinha formas, rosto? Apalpei-me, em muito. Mas, o invisto. O ficto. O sem evidência física. Eu era — o transparente contemplador?... Tirei-me. Aturdi-me, a ponto de me deixar cair numa poltrona.

Com que, então, durante aqueles meses de repouso, a faculdade, antes buscada, por si em mim se exercitara! Para sempre? Voltei a querer encarar-me. Nada. E, o que tomadamente me estarreceu: eu não via os meus olhos. No brilhante e polido nada, não se me espelhavam nem eles!

Tanto dito que, partindo para uma figura gradualmente simplificada, despojara-me, ao termo, até à total desfigura. E a terrível conclusão: não haveria em mim uma existência central, pessoal, autônoma? Seria eu um... desalmado? Então, o que se me fingia de um suposto eu, não era mais que, sobre a persistência do animal, um pouco de herança, de soltos instintos, energia passional estranha, um entrecruzar-se de influências, e tudo o mais que na impermanência se indefine? Diziam-me isso os raios luminosos e a face vazia do espelho — com rigorosa infidelidade. E, seria assim, com todos? Seríamos não muito mais que as crianças — o espírito do viver não passando de ímpetos espasmódicos, relampejados entre miragens: a esperança e a memória.

Mas, o senhor estará achando que desvario e desoriento-me, confundindo o físico, o hiperfísico e o transfísico, fora do menor equilíbrio de raciocínio ou alinhamento lógico — na conta agora caio. Estará pensando que, do que eu disse, nada se acerta, nada prova nada. Mesmo que tudo fosse verdade, não seria mais que reles obsessão auto-sugestiva, e o despropósito de pretender que psiquismo ou alma se retratassem em espelho...

Dou-lhe razão. Há, porém, que sou um mau contador, precipitando-me às ilações antes dos fatos, e, pois: pondo os bois atrás do carro e os chifres depois dos bois. Releve-me. E deixe que o final de meu capítulo traga luzes ao até agora aventado, canhestra e antecipadamente.

São sucessos muito de ordem íntima, de caráter assaz esquisito. Narro-os, sob palavra, sob segredo. Pejo-me. Tenho de demais resumi-los.

Pois foi que, mais tarde, anos, ao fim de uma ocasião de sofrimentos grandes, de novo me defrontei — não rosto a rosto. O espelho mostrou-me. Ouça. Por um certo tempo, nada enxerguei. Só então, só depois: o tênue começo de um quanto como uma luz, que se nublava, aos poucos tentando-se em débil cintilação, radiância. Seu mínimo ondear comovia-me, ou já estaria contido em minha emoção? Que luzinha, aquela, que de mim se emitia, para deter-se acolá, refletida, surpresa? Se quiser, infira o senhor mesmo.

São coisas que se não devem entrever; pelo menos, além de um tanto. São outras coisas, conforme pude distinguir, muito mais tarde — por último — num espelho. Por aí, perdoe-me o detalhe, eu já amava — já aprendendo, isto seja, a conformidade e a alegria. E... Sim, vi, a mim mesmo, de novo, meu rosto, um rosto; não este, que o senhor razoavelmente me atribui. Mas o ainda-nem-rosto — quase delineado, apenas — mal emergindo, qual uma flor pelágica, de nascimento abissal... E era não mais que: rostinho de menino, de menos-que-menino, só. Só. Será que o senhor nunca compreenderá?

Devia ou não devia contar-lhe, por motivos de talvez. Do que digo, descubro, deduzo. Será, se? Apalpo o evidente? Tresbusco. Será este nosso desengonço e mundo o plano — intersecção de planos — onde se completam de fazer as almas?

Se sim, a “vida” consiste em experiência extrema e séria; sua técnica — ou pelo menos parte — exigindo o consciente alijamento, o despojamento, de tudo o que obstrui o crescer da alma, o que a atulha e soterra? Depois, o “salto mortale”... — digo-o, do jeito, não porque os acrobatas italianos o aviventaram, mas por precisarem de toque e timbre novos as comuns expressões, amortecidas... E o julgamento-problema, podendo sobrevir com a simples pergunta: — ”Você chegou a existir?”

Sim? Mas, então, está irremediavelmente destruída a concepção de vivermos em agradável acaso, sem razão nenhuma, num vale de bobagens? Disse. Se me permite, espero, agora, sua opinião, mesma, do senhor, sobre tanto assunto. Solicito os reparos que se digne dar-me, a mim, servo do senhor, recente amigo, mas companheiro no amor da ciência, de seus transviados acertos e de seus esbarros titubeados. Sim?



(em Primeiras histórias.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1975; p. 70-78)


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O ESPELHO

Machado de Assis

Esboço de uma nova teoria da alma humana

Quatro ou cinco cavalheiros debatiam, uma noite, várias questões de alta transcendência, sem que a disparidade dos votos trouxesse a menor alteração aos espíritos. A casa ficava no morro de Santa Teresa, a sala era pequena, alumiada a velas, cuja luz fundia-se misteriosamente com o luar que vinha de fora. Entre a cidade, com as suas agitações e aventuras, e o céu, em que as estrelas pestanejavam, através de uma atmosfera límpida e sossegada, estavam os nossos quatro ou cinco investigadores de coisas metafísicas, resolvendo amigavelmente os mais árduos problemas do universo.

Por que quatro ou cinco? Rigorosamente eram quatro os que falavam; mas, além deles, havia na sala um quinto personagem, calado, pensando, cochilando, cuja espórtula no debate não passava de um ou outro resmungo de aprovação. Esse homem tinha a mesma idade dos companheiros, entre quarenta e cinqüenta anos, era provinciano, capitalista, inteligente, não sem instrução, e, ao que parece, astuto e cáustico. Não discutia nunca; e defendia-se da abstenção com um paradoxo, dizendo que a discussão é a forma polida do instinto batalhador, que jaz no homem, como uma herança bestial; e acrescentava que os serafins e os querubins não controvertiam nada, e, aliás, eram a perfeição espiritual e eterna. Como desse esta mesma resposta naquela noite, contestou-lha um dos presentes, e desafiou-o a demonstrar o que dizia, se era capaz. Jacobina (assim se chamava ele) refletiu um instante, e respondeu:

- Pensando bem, talvez o senhor tenha razão.

Vai senão quando, no meio da noite, sucedeu que este casmurro usou da palavra, e não dois ou três minutos, mas trinta ou quarenta. A conversa, em seus meandros, veio a cair na natureza da alma, ponto que dividiu radicalmente os quatro amigos. Cada cabeça, cada sentença; não só o acordo, mas a mesma discussão tornou-se difícil, senão impossível, pela multiplicidade das questões que se deduziram do tronco principal e um pouco, talvez, pela inconsistência dos pareceres. Um dos argumentadores pediu ao Jacobina alguma opinião, - uma conjetura, ao menos.

- Nem conjetura, nem opinião, redargüiu ele; uma ou outra pode dar lugar a dissentimento, e, como sabem, eu não discuto. Mas, se querem ouvir-me calados, posso contar-lhes um caso de minha vida, em que ressalta a mais clara demonstração acerca da matéria de que se trata. Em primeiro lugar, não há uma só alma, há duas...

- Duas?

- Nada menos de duas almas. Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para entro... Espantem-se à vontade, podem ficar de boca aberta, dar de ombros, tudo; não admito réplica. Se me replicarem, acabo o charuto e vou dormir. A alma exterior pode ser um espírito, um fluido, um homem, muitos homens, um objeto, uma operação. Há casos, por exemplo, em que um simples botão de camisa é a alma exterior de uma pessoa; - e assim também a polca, o voltarete, um livro, uma máquina, um par de botas, uma cavatina, um tambor, etc. Está claro que o ofício dessa segunda alma é transmitir a vida, como a primeira; as duas completam o homem, que é, metafisicamente falando, uma laranja. Quem perde uma das metades, perde naturalmente metade da existência; e casos há, não raros, em que a perda da alma exterior implica a da existência inteira. Shylock, por exemplo. A alma exterior aquele judeu eram os seus ducados; perdê-los equivalia a morrer. "Nunca mais verei o meu ouro, diz ele a Tubal; é um punhal que me enterras no coração." Vejam bem esta frase; a perda dos ducados, alma exterior, era a morte para ele. Agora, é preciso saber que a alma exterior não é sempre a mesma...

- Não?

- Não, senhor; muda de natureza e de estado. Não aludo a certas almas absorventes, como a pátria, com a qual disse o Camões que morria, e o poder, que foi a alma exterior de César e de Cromwell. São almas enérgicas e exclusivas; mas há outras, embora enérgicas, de natureza mudável. Há cavalheiros, por exemplo, cuja alma exterior, nos primeiros anos, foi um chocalho ou um cavalinho de pau, e mais tarde uma provedoria de irmandade, suponhamos. Pela minha parte, conheço uma senhora, - na verdade, gentilíssima, - que muda de alma exterior cinco, seis vezes por ano. Durante a estação lírica é a ópera; cessando a estação, a alma exterior substitui-se por outra: um concerto, um baile do Cassino, a rua do Ouvidor, Petrópolis...

- Perdão; essa senhora quem é?

- Essa senhora é parenta do diabo, e tem o mesmo nome; chama-se Legião... E assim outros mais casos. Eu mesmo tenho experimentado dessas trocas. Não as relato, porque iria longe; restrinjo-me ao episódio de que lhes falei. Um episódio dos meus vinte e cinco anos...

Os quatro companheiros, ansiosos de ouvir o caso prometido, esqueceram a controvérsia. Santa curiosidade! tu não és só a alma da civilização, és também o pomo da concórdia, fruta divina, de outro sabor que não aquele pomo da mitologia. A sala, até há pouco ruidosa de física e metafísica, é agora um mar morto; todos os olhos estão no Jacobina, que conserta a ponta do charuto, recolhendo as memórias. Eis aqui como ele começou a narração:

- Tinha vinte e cinco anos, era pobre, e acabava de ser nomeado alferes da Guarda Nacional. Não imaginam o acontecimento que isto foi em nossa casa. Minha mãe ficou tão orgulhosa! tão contente! Chamava-me o seu alferes. Primos e tios, foi tudo uma alegria sincera e pura. Na vila, note-se bem, houve alguns despeitados; choro e ranger de dentes, como na Escritura; e o motivo não foi outro senão que o posto tinha muitos candidatos e que esses perderam. Suponho também que uma parte do desgosto foi inteiramente gratuita: nasceu da simples distinção. Lembra-me de alguns rapazes, que se davam comigo, e passaram a olhar-me de revés, durante algum tempo. Em compensação, tive muitas pessoas que ficaram satisfeitas com a nomeação; e a prova é que todo o fardamento me foi dado por amigos... Vai então uma das minhas tias, D. Marcolina, viúva do Capitão Peçanha, que morava a muitas léguas da vila, num sítio escuso e solitário, desejou ver-me, e pediu que fosse ter com ela e levasse a farda. Fui, acompanhado de um pajem, que daí a dias tornou à vila, porque a tia Marcolina, apenas me pilhou no sítio, escreveu a minha mãe dizendo que não me soltava antes de um mês, pelo menos. E abraçava-me! Chamava-me também o seu alferes. Achava-me um rapagão bonito. Como era um tanto patusca, chegou a confessar que tinha inveja da moça que houvesse de ser minha mulher. Jurava que em toda a província não havia outro que me pusesse o pé adiante. E sempre alferes; era alferes para cá, alferes para lá, alferes a toda a hora. Eu pedia-lhe que me chamasse Joãozinho, como dantes; e ela abanava a cabeça, bradando que não, que era o "senhor alferes". Um cunhado dela, irmão do finado Peçanha, que ali morava, não me chamava de outra maneira. Era o "senhor alferes", não por gracejo, mas a sério, e à vista dos escravos, que naturalmente foram pelo mesmo caminho. Na mesa tinha eu o melhor lugar, e era o primeiro servido. Não imaginam. Se lhes disser que o entusiasmo da tia Marcolina chegou ao ponto de mandar pôr no meu quarto um grande espelho, obra rica e magnífica, que destoava do resto da casa, cuja mobília era modesta e simples... Era um espelho que lhe dera a madrinha, e que esta herdara da mãe, que o comprara a uma das fidalgas vindas em 1808 com a corte de D. João VI. Não sei o que havia nisso de verdade; era a tradição. O espelho estava naturalmente muito velho; mas via-se-lhe ainda o ouro, comido em parte pelo tempo, uns delfins esculpidos nos ângulos superiores da moldura, uns enfeites de madrepérola e outros caprichos do artista. Tudo velho, mas bom...

- Espelho grande?

- Grande. E foi, como digo, uma enorme fineza, porque o espelho estava na sala; era a melhor peça da casa. Mas não houve forças que a demovessem do propósito; respondia que não fazia falta, que era só por algumas semanas, e finalmente que o "senhor alferes" merecia muito mais. O certo é que todas essas coisas, carinhos, atenções, obséquios, fizeram em mim uma transformação, que o natural sentimento da mocidade ajudou e completou. Imaginam, creio eu?

- Não.

- O alferes eliminou o homem. Durante alguns dias as duas naturezas equilibraram-se; mas não tardou que a primitiva cedesse à outra; ficou-me uma parte mínima de humanidade. Aconteceu então que a alma exterior, que era dantes o sol, o ar, o campo, os olhos das moças, mudou de natureza, e passou a ser a cortesia e os rapapés da casa, tudo o que me falava do posto, nada do que me falava do homem. A única parte do cidadão que ficou comigo foi aquela que entendia com o exercício da patente; a outra dispersou-se no ar e no passado. Custa-lhes acreditar, não?

- Custa-me até entender, respondeu um dos ouvintes.

- Vai entender. Os fatos explicarão melhor os sentimentos: os fatos são tudo. A melhor definição do amor não vale um beijo de moça namorada; e, se bem me lembro, um filósofo antigo demonstrou o movimento andando. Vamos aos fatos. Vamos ver como, ao tempo em que a consciência do homem se obliterava, a do alferes tornava-se viva e intensa. As dores humanas, as alegrias humanas, se eram só isso, mal obtinham de mim uma compaixão apática ou um sorriso de favor. No fim de três semanas, era outro, totalmente outro. Era exclusivamente alferes. Ora, um dia recebeu a tia Marcolina uma notícia grave; uma de suas filhas, casada com um lavrador residente dali a cinco léguas, estava mal e à morte. Adeus, sobrinho! adeus, alferes! Era mãe extremosa, armou logo uma viagem, pediu ao cunhado que fosse com ela, e a mim que tomasse conta do sítio. Creio que, se não fosse a aflição, disporia o contrário; deixaria o cunhado e iria comigo. Mas o certo é que fiquei só, com os poucos escravos da casa. Confesso-lhes que desde logo senti uma grande opressão, alguma coisa semelhante ao efeito de quatro paredes de um cárcere, subitamente levantadas em torno de mim. Era a alma exterior que se reduzia; estava agora limitada a alguns espíritos boçais. O alferes continuava a dominar em mim, embora a vida fosse menos intensa, e a consciência mais débil. Os escravos punham uma nota de humildade nas suas cortesias, que de certa maneira compensava a afeição dos parentes e a intimidade doméstica interrompida. Notei mesmo, naquela noite, que eles redobravam de respeito, de alegria, de protestos. Nhô alferes, de minuto a minuto; nhô alferes é muito bonito; nhô alferes há de ser coronel; nhô alferes há de casar com moça bonita, filha de general; um concerto de louvores e profecias, que me deixou extático. Ah ! pérfidos! mal podia eu suspeitar a intenção secreta dos malvados.

- Matá-lo?

- Antes assim fosse.

- Coisa pior?

- Ouçam-me. Na manhã seguinte achei-me só. Os velhacos, seduzidos por outros, ou de movimento próprio, tinham resolvido fugir durante a noite; e assim fizeram. Achei-me só, sem mais ninguém, entre quatro paredes, diante do terreiro deserto e da roça abandonada. Nenhum fôlego humano. Corri a casa toda, a senzala, tudo; ninguém, um molequinho que fosse. Galos e galinhas tão-somente, um par de mulas, que filosofavam a vida, sacudindo as moscas, e três bois. Os mesmos cães foram levados pelos escravos. Nenhum ente humano. Parece-lhes que isto era melhor do que ter morrido? era pior. Não por medo; juro-lhes que não tinha medo; era um pouco atrevidinho, tanto que não senti nada, durante as primeiras horas. Fiquei triste por causa do dano causado à tia Marcolina; fiquei também um pouco perplexo, não sabendo se devia ir ter com ela, para lhe dar a triste notícia, ou ficar tomando conta da casa. Adotei o segundo alvitre, para não desamparar a casa, e porque, se a minha prima enferma estava mal, eu ia somente aumentar a dor da mãe, sem remédio nenhum; finalmente, esperei que o irmão do tio Peçanha voltasse naquele dia ou no outro, visto que tinha saído havia já trinta e seis horas. Mas a manhã passou sem vestígio dele; à tarde comecei a sentir a sensação como de pessoa que houvesse perdido toda a ação nervosa, e não tivesse consciência da ação muscular. O irmão do tio Peçanha não voltou nesse dia, nem no outro, nem em toda aquela semana. Minha solidão tomou proporções enormes. Nunca os dias foram mais compridos, nunca o sol abrasou a terra com uma obstinação mais cansativa. As horas batiam de século a século no velho relógio da sala, cuja pêndula tic-tac, tic-tac, feria-me a alma interior, como um piparote contínuo da eternidade. Quando, muitos anos depois, li uma poesia americana, creio que de Longfellow, e topei este famoso estribilho: Never, for ever! - For ever, never! confesso-lhes que tive um calafrio: recordei-me daqueles dias medonhos. Era justamente assim que fazia o relógio da tia Marcolina: - Never, for ever!- For ever, never! Não eram golpes de pêndula, era um diálogo do abismo, um cochicho do nada. E então de noite! Não que a noite fosse mais silenciosa. O silêncio era o mesmo que de dia. Mas a noite era a sombra, era a solidão ainda mais estreita, ou mais larga. Tic-tac, tic-tac. Ninguém, nas salas, na varanda, nos corredores, no terreiro, ninguém em parte nenhuma... Riem-se?

- Sim, parece que tinha um pouco de medo.

- Oh! fora bom se eu pudesse ter medo! Viveria. Mas o característico daquela situação é que eu nem sequer podia ter medo, isto é, o medo vulgarmente entendido. Tinha uma sensação inexplicável. Era como um defunto andando, um sonâmbulo, um boneco mecânico. Dormindo, era outra coisa. O sono dava-me alívio, não pela razão comum de ser irmão da morte, mas por outra. Acho que posso explicar assim esse fenômeno: - o sono, eliminando a necessidade de uma alma exterior, deixava atuar a alma interior. Nos sonhos, fardava-me orgulhosamente, no meio da família e dos amigos, que me elogiavam o garbo, que me chamavam alferes; vinha um amigo de nossa casa, e prometia-me o posto de tenente, outro o de capitão ou major; e tudo isso fazia-me viver. Mas quando acordava, dia claro, esvaía-se com o sono a consciência do meu ser novo e único -porque a alma interior perdia a ação exclusiva, e ficava dependente da outra, que teimava em não tornar... Não tornava. Eu saía fora, a um lado e outro, a ver se descobria algum sinal de regresso. Soeur Anne, soeur Anne, ne vois-tu rien venir? Nada, coisa nenhuma; tal qual como na lenda francesa. Nada mais do que a poeira da estrada e o capinzal dos morros. Voltava para casa, nervoso, desesperado, estirava-me no canapé da sala. Tic-tac, tic-tac. Levantava-me, passeava, tamborilava nos vidros das janelas, assobiava. Em certa ocasião lembrei-me de escrever alguma coisa, um artigo político, um romance, uma ode; não escolhi nada definitivamente; sentei-me e tracei no papel algumas palavras e frases soltas, para intercalar no estilo. Mas o estilo, como tia Marcolina, deixava-se estar. Soeur Anne, soeur Anne... Coisa nenhuma. Quando muito via negrejar a tinta e alvejar o papel.

- Mas não comia?

- Comia mal, frutas, farinha, conservas, algumas raízes tostadas ao fogo, mas suportaria tudo alegremente, se não fora a terrível situação moral em que me achava. Recitava versos, discursos, trechos latinos, liras de Gonzaga, oitavas de Camões, décimas, uma antologia em trinta volumes. As vezes fazia ginástica; outra dava beliscões nas pernas; mas o efeito era só uma sensação física de dor ou de cansaço, e mais nada. Tudo silêncio, um silêncio vasto, enorme, infinito, apenas sublinhado pelo eterno tic-tac da pêndula. Tic-tac, tic-tac...

- Na verdade, era de enlouquecer.

- Vão ouvir coisa pior. Convém dizer-lhes que, desde que ficara só, não olhara uma só vez para o espelho. Não era abstenção deliberada, não tinha motivo; era um impulso inconsciente, um receio de achar-me um e dois, ao mesmo tempo, naquela casa solitária; e se tal explicação é verdadeira, nada prova melhor a contradição humana, porque no fim de oito dias deu-me na veneta de olhar para o espelho com o fim justamente de achar-me dois. Olhei e recuei. O próprio vidro parecia conjurado com o resto do universo; não me estampou a figura nítida e inteira, mas vaga, esfumada, difusa, sombra de sombra. A realidade das leis físicas não permite negar que o espelho reproduziu-me textualmente, com os mesmos contornos e feições; assim devia ter sido. Mas tal não foi a minha sensação. Então tive medo; atribuí o fenômeno à excitação nervosa em que andava; receei ficar mais tempo, e enlouquecer. - Vou-me embora, disse comigo. E levantei o braço com gesto de mau humor, e ao mesmo tempo de decisão, olhando para o vidro; o gesto lá estava, mas disperso, esgaçado, mutilado... Entrei a vestir-me, murmurando comigo, tossindo sem tosse, sacudindo a roupa com estrépito, afligindo-me a frio com os botões, para dizer alguma coisa. De quando em quando, olhava furtivamente para o espelho; a imagem era a mesma difusão de linhas, a mesma decomposição de contornos... Continuei a vestir-me. Subitamente por uma inspiração inexplicável, por um impulso sem cálculo, lembrou-me... Se forem capazes de adivinhar qual foi a minha idéia...

- Diga.

- Estava a olhar para o vidro, com uma persistência de desesperado, contemplando as próprias feições derramadas e inacabadas, uma nuvem de linhas soltas, informes, quando tive o pensamento... Não, não são capazes de adivinhar.

- Mas, diga, diga.

- Lembrou-me vestir a farda de alferes. Vesti-a, aprontei-me de todo; e, como estava defronte do espelho, levantei os olhos, e... não lhes digo nada; o vidro reproduziu então a figura integral; nenhuma linha de menos, nenhum contorno diverso; era eu mesmo, o alferes, que achava, enfim, a alma exterior. Essa alma ausente com a dona do sítio, dispersa e fugida com os escravos, ei-la recolhida no espelho. Imaginai um homem que, pouco a pouco, emerge de um letargo, abre os olhos sem ver, depois começa a ver, distingue as pessoas dos objetos, mas não conhece individualmente uns nem outros; enfim, sabe que este é Fulano, aquele é Sicrano; aqui está uma cadeira, ali um sofá. Tudo volta ao que era antes do sono. Assim foi comigo. Olhava para o espelho, ia de um lado para outro, recuava, gesticulava, sorria e o vidro exprimia tudo. Não era mais um autômato, era um ente animado. Daí em diante, fui outro. Cada dia, a uma certa hora, vestia-me de alferes, e sentava-me diante do espelho, lendo olhando, meditando; no fim de duas, três horas, despia-me outra vez. Com este regime pude atravessar mais seis dias de solidão sem os sentir...

Quando os outros voltaram a si, o narrador tinha descido as escadas.

ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro : Nova Aguilar 1994. v. II.

domingo, 6 de julho de 2008

Será plágio ???




Daniela Mercury beija Alinne Rosa em gravação de DVD

Daniela Mercury surpreendeu a cantora Alinne Rosa com um beijo na boca durante a gravação do DVD da Banda Cheiro de Amor na última quarta-feira em Salvador, Bahia.

A cantora, que foi uma das convidadas para participar do DVD, cantava a música Uma Noite e Meia, de Marina Lima, quando beijou Alinne, fato que surpreendeu a platéia e a vocalista.

A gravação no Forte de São Marcelo contou com as participações de Durval Lelys, da banda Asa de Águia, e o cantor Jorge Vercilo. Nesta quinta-feira, a banda volta ao mesmo local para finalizar a gravação do DVD.


Será que houve alguma influência da Madonna?
Será????

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Estamos na Final!!



Rio de Janeiro segue na disputa por Olimpíada de 2016




ATENAS (Reuters), 4 de junho - O Rio de Janeiro vai concorrer com Chicago, Tóquio e Madri pelo direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016, informou nesta quarta-feira o Comitê Olímpico Internacional (COI).


Essa é a primeira vez que a capital fluminense, sede dos Jogos Pan-Americanos de 2007, chega à segunda etapa do processo de escolha olímpica, após tentativas frustradas para os Jogos de 2004 e 2012.


"Esse talvez tenha sido o nosso grande legado do Pan. A nossa vitória. Passamos para a fase final, e não passaríamos sem o Pan-Americano", disse o prefeito do Rio, Cesar Maia, em vídeo distribuído por e-mail aos assinantes de seu ex-blog, citando a bem-sucedida realização do Pan.


O anúncio foi feito pelo COI durante cerimônia em Atenas, na Grécia. As quatro cidades aspirantes tiveram suas candidaturas à sede dos Jogos aprovadas pelo comitê com base em questionários entregues em janeiro.


Praga (República Tcheca), Doha (Catar) e Baku (Azerbaijão), que também eram postulantes, não foram aprovadas para seguir no processo.


A comitiva brasileira em Atenas, integrada pelo Ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, pelo Governador do Rio, Sérgio Cabral, por Cesar Maia e pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, comemorou a aprovação à cidade.


"Temos que estar felizes da vida, porque uma cidade de um país que nunca realizou os Jogos Olímpicos ter entrado na fase final não acontecia há três edições", disse Nuzman em entrevista à TV Globo, logo após o anúncio na capital grega.


"Estamos nessa estrada, superamos as dificuldades, e hoje a dimensão do Brasil é em favor dos Jogos Olímpicos", acrescentou.


A decisão final sobre a cidade-sede dos Jogos de 2016 acontece em outubro de 2009, durante congresso do COI em Copenhague, na Dinamarca.


Pequim será o palco da Olimpíada deste ano, em agosto, e Londres foi escolhida sede dos Jogos de 2012.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Estatística é tudo né !?!

O problema de se fazer uma pesquisa estatística é que sempre que a lemos imediatamente aplicamos em nosso dia-a-dia ou em nossas vidas. Agora essa foi a melhor pesquisa que vi em anos sobre os Argentinos. Se lá é 1 entre 10, imagine aqui!?!?

Será que ele é?!?!?!?

A moeda tem sempre dois lados...

Bem, nada melhor que admitir a diversidade, e melhor ainda é admitir com humor. Esse Add é bem legal, sutíl e bem bolado. Se fosse esse o motivo que Israel não foi pra copa, o Brasil não teria nem conseguido seu primeiro título... hahahaha

Dá uma olhada no add.

Não é culpa do Fenômeno...

Não é culpa do "fenômeno" e sim delas, que são muito parecidas e enganam qualquer um. Até parece né colega! A quem ele quer enganar?!? De cara vc percebe que se trata de uma "jararaca" Humpf!

Saca só o sufoco que o "fenômeno" passou ...

sábado, 31 de maio de 2008

Será que vale a pena ?...

UNIDOS
Os sargentos Laci Marinho de Araújo e Fernando Alcântara de Figueiredo. "É tudo como um casal normal", dizem


O pernambucano Fernando Alcântara de Figueiredo pisou pela primeira vez em Brasília em 1995, com uma mochila nas costas e uma pequena mala à mão. Tinha 22 anos. Após onze meses no curso preparatório para sargento do Exército em Juiz de Fora, Minas Gerais, ele desembarcava na capital da República para se apresentar ao Batalhão da Guarda Presidencial, unidade conhecida por ter uma das rotinas mais severas da caserna. Foi lá que, dias depois, conheceu o potiguar Laci Marinho de Araújo, outro recém-chegado a Brasília. Laci, que fizera o curso preparatório em Três Corações, interior mineiro, fora escalado para o mesmo BGP. Demorou pouco para os dois se identificarem. Em questão de dias, a amizade parecia vir da infância.

A relação que ali começava nortearia, de modo marcante, o futuro da dupla tanto dentro quanto fora do Exército. A amizade já durava quase dois anos quando eles resolveram sair do alojamento militar para morar juntos numa república. Mais tarde, passaram a dividir o mesmo apartamento. A proximidade entre os dois passou a despertar a atenção dos companheiros de quartel, incluindos seus superiores. Tudo indicava que ali poderia haver mais que uma amizade. Fernando e Laci, no entanto, garantiam ser apenas grandes amigos. Na semana passada, isso mudou. Em entrevista a ÉPOCA, eles assumiram viver uma relação amorosa desde que se mudaram do alojamento do batalhão, em 1997.

É o primeiro caso de militares da ativa do Exército Brasileiro que, além de assumirem ser homossexuais, admitem uma relação estável e, mais que isso, mostram a cara. "Nós somos um casal e mantemos uma relação estável há mais de dez anos", diz Laci, hoje com 36 anos. "Até no cartão de crédito nós temos o outro como dependente", diz. "É tudo como um casal normal", emenda Fernando, 34.

Sargento De Araújo, ou Laci, divide a carrerira militar com a vida de artista. É o vocalista de uma banda chamada Terceira Visão e se apresenta como cover da cantora Cássia Eller, morta em 2001. No palco, assume outro nome: Eron Anderson. Sargento Fernando o apóia. "Eu sou uma espécie de empresário do Laci", diz.

Essa jornada dupla está no epicentro de uma guerra que a dupla vem travando com o Exército. Em 2007, Laci passou seis meses fora do trabalho. Alegou problemas de saúde. "Já diagnosticaram várias coisas, como lesão medular, esclerose múltipla, disfunção labiríntica, depressão... Mas até hoje não sei ao certo o que é", diz ele. O sargento mostra um punhado de caixas de remédios tarja-preta para reforçar o argumento.

No dia 21 de maio, a justiça militar mandou prender o sargento De Araújo. Hoje, ele é considerado desertor. Ao final do processo, poderá ser expulso do Exército.


Fonte: Revista Época 05/2008


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Confira a nota do Exército sobre a situação dos sargentos

Texto enviado a Época

Com relação à solicitação, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que:

Quanto aos sargentos citados inicialmente em sua mensagem

No ano de 2007, o 2º Sargento de Infantaria LACI MARINHO DE ARAÚJO, afastou-se por cerca de 06 (seis) meses do serviço, por alegados motivos de saúde. O militar em questão é sargento combatente da Arma de Infantaria, concludente do Curso de Formação de Sargentos em 1995. Desde sua formação serve na guarnição de Brasília-DF.

Conforme prevê a legislação militar, em paralelo com a legislação trabalhista civil, o Sargento ARAÚJO foi objeto de investigação administrativa (sindicância) a fim de apurar as causas de seu estado sanitário e de seu afastamento. Cabe citar que, nas investigações, determinadas e funcionalmente de competência do então Comandante da 11ª Região Militar, General ADHEMAR DA COSTA MACHADO FILHO, o sindicado deixou de apresentar laudos referentes aos exames determinantes comprobatórios de seu estado de saúde, bem como recusou-se a receber médico militar especialista (neurologista) que deslocara-se até a sua residência para atestar sua condição e compor os autos da investigação.

Em 11 de abril de 2007, foi publicada sua transferência do Hospital Geral de Brasília, onde serve desde 03 de dezembro de 2003, para o 4º Batalhão de Infantaria Leve, em Osasco-DF, na Grande São Paulo, unidade militar orgânica da 12ª Brigada de Infantaria Leve e integrante da Força de Ação Rápida do Exército. O militar, portanto, foi movimentado, com remuneração pertinente a que faz jus, para Organização Militar (OM) de sua Arma (Infantaria) e de projeção estratégica, já que sua habilitação militar o direciona muito mais para as atividades de monitor da instrução militar em corpos de tropa, do que para o trabalho burocrático em um hospital militar.

Os prazos regulamentares para a movimentação estavam perfeitamente enquadrados na legislação competente, já que o militar serve nesta guarnição de Brasília, desde 1996 e, na mesma OM, desde 2003. A execução efetiva da movimentação só deve ocorrer quando o militar estiver pronto para o serviço, de acordo com a Lei.

Ainda, com relação à movimentação, destaca-se que, na época, o Exército Brasileiro tinha um claro de cerca de 2.400 graduados (subtenentes e sargentos) de carreira. Prescindir do serviço de um profissional, por motivo de saúde, é previsto no regulamento e na Lei militar correspondente. Cabe, no entanto, ao mesmo profissional, seja civil ou militar, atestar esta condição, sem a qual caracterizaria o afastamento como irregular e sujeito, portanto, aos rigores da legislação.

Assim, verifica-se na seqüência dos fatos, uma postura inadequada, incoerente, indisciplinada e duvidosa do militar, reagindo quanto à movimentação e aos procedimentos de inspeção de saúde, previsto na administração militar. Vale citar que o Sgt DE ARAÚJO solicitou adiamento do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos, marco obrigatório na carreira dos graduados, e que o habilitaria ao melhor desempenho funcional de alguns cargos de natureza administrativa na Força.

A sindicância mencionada e as investigações em curso pelo Ministério Público Militar têm por foco, prioritariamente, apurar as causas do longo afastamento do serviço do militar, sem que o mesmo apresentasse os exames comprobatórios de sua situação sanitária, em paralelo com a legislação trabalhista civil, à qual todo brasileiro está submetido. Não haveria sentido na relutância da apresentação de tais laudos técnicos, já que a alegada enfermidade poderia ser geradora, inclusive, para a abertura de um processo de reforma, por doença, com o amparo do Estado. O Sgt DE ARAÚJO encontra-se na situação de desertor e foragido da justiça militar, desde maio de 2007.

Quanto ao senhor Fernando citado em sua mensagem, trata-se do Sargento FERNANDO ALCÂNTARA DE FIGUEIREDO, também da Arma de Infantaria, que foi transferido do Hospital Geral de Brasília para o 19º Batalhão de Infantaria Motorizado, São Leopoldo - RS, na Grande Porto Alegre, por necessidade do serviço e de recompletamento de claros no Exército, fato já comentado anteriormente.

Portanto, o assunto está na esfera do Ministério Público Militar, a quem cabe pronunciar-se sobre outras questionamentos.

Quanto ao caso do outro sargento citado em sua mensagem

1. Para o sargento, mesmo o de carreira e após sua formação, é necessário processo administrativo, por períodos sucessivos, para a prorrogação do tempo de serviço e a possibilidade de se atingir a sua estabilidade, tudo conforme prevê a Lei 6880, de 09 de dezembro de 1980, que trata do Estatuto dos Militares, e a Portaria nº 047, do Departamento Geral do Pessoal (DGP), de 28 de março de 2005, que trata das Normas Reguladoras das Prorrogações de Tempo de Serviço dos Sargentos de Carreira, ainda não estabilizados.

No caso específico do ex-militar citado em sua mensagem, a partir do momento em que passou a apresentar problema de saúde, foram adotadas todas as medidas necessárias para o seu restabelecimento, cumprindo-se a Lei 6880 (Estatuto dos Militares), no que diz respeito à assistência médico-hospitalar, entendida como o "conjunto de atividades relacionadas com a prevenção, conservação ou recuperação da saúde, abrangendo serviços profissionais médicos, farmacêuticos e odontológicos, bem como o fornecimento, a aplicação de meios e os cuidados e demais atos médicos e paramédicos necessários". Cabe ressaltar que o problema de saúde não foi adquirido no período em que prestava o serviço militar.

O ex-militar foi licenciado do Exército Brasileiro em 18 de abril do corrente ano por ter tido o seu requerimento de engajamento indeferido por seu Comandante, uma vez que foi avaliado pela Junta Médica de Inspeção de Saúde como incapaz definitivamente para o exercício das funções militares, cumprindo-se a legislação quanto ao processo de prorrogação de tempo de serviço.

2. O ex-Sargento Fabiano de Barros Portela incorporou às fileiras do Exército Brasileiro, em 01 de fevereiro de 1999, na Escola de Saúde do Exército, onde realizou o Curso de Formação de Sargentos de Saúde.

Em Junho de 2006, o militar passou a apresentar um quadro de depressão profunda, cujo problema de saúde prejudicava o militar no seu desempenho profissional.

Foi encaminhado ao Hospital Geral de Juiz de Fora e, posteriormente, à Junta Médica de Inspeção de Saúde, que lhe concedeu sucessivas licenças para tratamento de saúde própria, por um período de 02 (dois) anos.

Em dezembro de 2006, teve seu requerimento de engajamento indeferido pelo Comandante do 17º Batalhão Logístico, por contrariar dispositivo legal. Engajamento é o ato da administração pelo qual o militar, sem estabilidade, tem seu tempo de serviço prorrogado no Exército.

Para conceder esta renovação, o Comandante deve respeitar vários dispositivos legais, dentre os quais um que impõe que o militar, para ter seu engajamento deferido, deve estar apto em inspeção de saúde, conforme legislação. Portanto, em dezembro de 2006, o Sargento Portela não teve seu tempo de serviço prorrogado, não tendo sido licenciado das fileiras do Exército, naquela oportunidade, por permanecer em tratamento de saúde.

O Sargento Portela não possui estabilidade, uma vez que o referido militar possui 09 (nove) anos de serviço, sendo que dois anos passou afastado para tratamento de saúde, contrariando, dessa forma, a Legislação que trata do assunto.

O ex-militar não pode ser reformado, pois a reforma é concedida àqueles com incapacidade definitiva para quaisquer tipos de atividade remuneratória ou laboral. No caso em questão, com a apresentação do quadro de depressão profunda, foi avaliado pela Junta Médica de Inspeção de Saúde como incapaz definitivamente para o exercício específico das funções militares, funções essas com características especiais, que não podem ser comparadas com outros tipos de trabalho exercidos na iniciativa privada ou no setor público.

3. Para melhor compreensão, segue-se o extrato de documentos que orientam e amparam as medidas adotadas pela administração militar:

Lei 6880, Título III, Capítulo I, Seção I:
"Art 50 - São direitos dos militares:
IV - nas condições ou nas limitações impostas na legislação e regulamentação específicas:
a) a estabilidade, quando praça com 10 (dez) ou mais anos de tempo de efetivo serviço;

Portaria nº 047, DGP, de 28 de março de 2005:
Capítulo II

"Art. 2° Poderá ser concedida prorrogação de tempo de serviço, por períodos sucessivos, até que adquiram estabilidade, na forma da letra a do inciso IV do Art 50 do Estatuto dos Militares (Lei n° 6.880, de 09 Dez 1980), aos sargentos possuidores do Curso de Formação de Sargentos de Carreira (CFS) e aos sargentos músicos, respeitando-se os seguintes requisitos gerais:

I - o interesse do Exército;
II - ser julgado apto em inspeção de saúde; e
III - ter obtido, no mínimo, o conceito "B" (Bom) no último Teste de Aptidão Física (TAF), exceto nos casos em que:
a) tenha sido dispensado da realização do TAF por incapacidade física temporária, decorrente de ato de serviço, verificada em inspeção de saúde; e
b) tenha obtido menção "Suficiente" (S), no TAF alternativo, o portador de deficiência física, verificada em inspeção de saúde.
IV - ter boa formação moral, boa conduta civil e militar, expressas no Perfil do Avaliado, estando classificado, no mínimo, no comportamento Bom;
V - ter acentuado espírito militar, evidenciado pelas manifestações de disciplina, responsabilidade e dedicação ao serviço e expresso no Perfil do Avaliado; e
VI - ter elevada capacidade de trabalho e revelar eficiência no desempenho de suas funções, expressas no Perfil do Avaliado".

Capítulo III

"Art. 4° O reengajamento ocorrerá nas seguintes condições:
I - Após o término da prorrogação de tempo de serviço concedida de acordo com o Art 3° destas Normas, desde que o interessado requeira, poderão ser concedidos reengajamentos por períodos sucessivos de 1(um) ano, contados a partir do término de cada prorrogação, desde que atendidos os requisitos gerais constantes do Art 2° destas Normas, até atingir 9 (nove) anos e 10 (dez) meses de efetivo serviço, considerados todos os períodos computáveis;
V - A prorrogação que permitirá ao militar adquirir o direito à estabilidade poderá ser concedida por 1(um) ano a contar do término da prorrogação concedida de acordo com o inciso IV anterior, desde que atendidas as seguintes condições:
a) o interessado requeira;
b) sejam atendidos os requisitos gerais constantes do Art 2° destas Normas; e
c) tenha o militar obtido avaliação favorável à aquisição da estabilidade, emitida por seu Comandante, Chefe ou Diretor".
"Art. 5° A avaliação do militar emitida por seu Comandante, Chefe ou Diretor com vistas à sua estabilidade de que trata estas Normas deverá observar o seguinte:
I - expressar formal e claramente:
c) se foram atendidos todos os requisitos constantes do Art 2° destas Normas".

Assim, o Exército cumpriu todas as medidas previstas na legislação em vigor, preocupando-se em preservar a pessoa supracitada e o respectivo quadro de saúde, compreendendo que o assunto já se encontra esgotado no âmbito da esfera administrativa.

4. O Juízo da 2ª Vara Federal de Juiz de Fora concedeu tutela antecipada em favor do ex-sargento FABIANO BARROS PORTELA, processo nº 2008.38.01.001926-0, sem ouvir a Administração Militar para a tal reintegração.

O pedido do autor, em síntese, se funda em uma possível ilegalidade no licenciamento, haja vista ter sido considerado incapaz para o serviço do Exército e não haver acometido da doença durante o tempo em que esteve na caserna.

Para o magistrado, há uma possibilidade de invalidez do autor e, por isso, concedeu a tutela, determinando a realização de uma perícia médica.

O Exército foi notificado e está recorrendo da decisão.

Atenciosamente,

CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO


Fonte: Revista Época 05/2008

terça-feira, 27 de maio de 2008

R u N.E.R.D ??

Você é muito ou pouco nerd?
Faça o teste e descubra se você é um daqueles bitolados que não consegue desconectar um segundo ou se ainda tem vida social. É só somar a quantidade separada de letras A, B e C e conferir o resultado no final.




1. Quando vai à praia:
A) Fica blogando e postando no Twitter
B) Imagina que está no Second Life e não vai passar calor
C) Leva seu boneco do Star Wars para a areia

2. Seu maior sonho é:
A) Pode ficar conectado em todos os lugares do mundo
B) Mudar para uma cabana mega tecnológica no Vale do Silício
C) Ser amigo do Steve Jobs

3. Quando derruba alguma coisa no chão:
A) Ajeita os óculo, coça atrás da cabeça e diz "putz"
B) Pensa logo em dar Ctrl+Z
C) Nem percebe que derrubou

4. Um ídolo:
A) Milhouse, dos Simpsons
B) Kevin Smith, diretor, ator e roteirista
C) Mestre Yoda, de Star Wars

5. Seu seriado favorito é:
A) "Freaks and Geeks"
B) "The IT Crowd"
C) "Lost"

6. Na balada:
A) Prefere curtir via webcam
B) Senta e pega seu PSP
C) Olha ao redor e se imagina em um jogo

7. Seu meio de locomoção favorito é:
A) Metrô, em pé, de cabeça baixa
B) O botão search ou o mapa do Second Life
C) Pernas, sempre ao seu dispor

8. Morre se ficar um dia sem:
A) Conexão
B) Os seus gadgets
C) Sua mochila

9. A pessoa mais bonita do mundo é:
A) Diablo Cody, roteirista de Juno
B) S1m0ne, do filme homônimo
C) Bill Gates, mesmo que ele fosse pobre

10. A estampa da sua camiseta favorita tem:
A) Uma personagem de HQ
B) I Love Ctrl+C Ctrl+V
C) Nada, ela já desbotou

Resultado:

Mais respostas A: Médio, nada mortal. Você é daqueles que anda por aí vestido com roupa do personagem favorito de anime ou de RPG e se diverte para valer durante o BlogCamp. Aliás, quando é o próximo?

Mais respostas B: Muito nerd! Daquele que é fã de fractais, tem medo de xavecar pessoas, pavor de socializar e prefere infinitamente ficar em casa jogando PS2 do que sair com a galera (e acabou de pensar "mas minha galera nem é de sair).

Mais respostas C: Pouco, você é quase normal. Passa a tarde sentado em uma lan house, para de noite tentar sintetizar em seu blog "o que é ser um nerd", valorizando os lados positivos disso e achando normal alguém saber programar algo e não conseguir tirar carteira de motorista.

domingo, 25 de maio de 2008

Se tá dificil ...

Se tá difícil pra você sair do armário... Esclarecer para seus pais o óbvio e o perceptível, talvez este Add possa ajudá-lo a ter uma ideia de como fazê-lo sem causar muito impacto.. Bem se funcionar pra você me escreva e me escreva também se não der certo, porque com certeza vou querer saber qual foi o hospital que seus pais foram internados!!! ( Just Kiding... )

Enjoy it

Bärenhunger


...


Vendai os olhos verdes do homem moreno!
Não deixai que ele me fite.
Seu olhar é um convite
A minha integral perdição.
Os olhos do homem moreno
Induzem-me a uma entrega...
É uma mistura de remédio e de veneno
Que me desassossega.
Amordaçai a boca do homem moreno...
Sua voz é doce
Sua palavra é fácil
Seu sorriso quase obsceno..
Seus lábios têm gosto agridoce.
Cortai os lábios do homem moreno.
Eles são carnudos, sensuais
Mexem com minhas glândulas supra-renais.
O homem moreno é bonito,
Aumenta o meu apetite.
Ele é o meu favorito.
Meus amigos e irmaos
e todos vós que detestais meus escritos...
Tampai o peito do homem moreno!
Aquele peito, que me lembra Apolo,
Inspira-me ditos,
Dá-me idéias, que não controlo,
De um dormir sereno, de um sono pleno
De acordar no seu colo.
O peito do homem moreno
Estimula meu imaginário
Ativa minha libido.
Deixando meu rosto colorido!
Jovem poeta, que poetizas a vida,
Trazei-me para o contato de seus versos.
Salvai-me dos braços do homem moreno!
Eles são tentáculos...
Quanto mais fujo,
Consulto os meus oráculos,
Mais a estar próxima me condeno.
Amigos que segredai entre si,
Que criais historias de amor louco,
Livrai -me de desejar o homem moreno!
Arrasta-me este desejo
E pouco a pouco entrego-me sem pejo.
Consome-me, queima-me as entranhas
Como lavas incandescentes de vulcão!
O desejo de ter o homem moreno
Faz-me criar manhas, imaginar artimanhas,
Abala meu coração, que não pulsa sereno,
Fica meio estabanado, batendo descompassado!
Vós que rezai nas tardes...
Rezai pra alegria explodir dentro do homem moreno!
Rezai para a paixão tomar conta do homem moreno!
Rezai para o amor invadir o coração do homem moreno!
Que o homem moreno está me tirando do prumo,
Está me deixando sem rumo.
O homem moreno está me tirando o siso,
Está me deixa despido.
Com o homem moreno não tenho pudor,
Não tenho acanhamento e nem timidez.
Só tenho desejo e aquele tremor,
acompanhado de estanha avidez.
Ah! meus amigos , e inimigos...
e vos que achais bem medíocre
Este meu escrito....
Desejai um amor bonito
Para o homem moreno!