sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Agora é oficial... Invadiram o Clube do Bolinha!


O juiz responsável pelo arquivamento da queixa-crime aberta pelo volante são-paulino Richarlyson, contra o diretor palmeirense José Ciryllo Júnior, irá responder a um processo por homofobia e já estaria afastado do caso, que corre no Fórum da Barra Funda, em São Paulo.

- Pedimos o afastamento dele do caso porque é um absurdo o que ele fez. Já que ele proferiu essa decisão, acabou a jurisdição dele. O caso será encaminhado agora para o Tribunal de Justiça - explica um dos advogados do volante, Renato Salge.

No documento em que declara o caso resolvido, o magistrado ofendeu o jogador são-paulino. 'Futebol é varonil, não homossexual' foi uma das argumentações feitas por Manoel Maximiniano Junqueira Filho ao encerrar a queixa-crime aberta pelos representantes do jogador.

A polêmica entre Richarlyson e o dirigente começou no final de junho. Indagado em um programa de televisão sobre a possibilidade de existir um atleta no elenco palmeirense disposto a assumir publicamente ser homossexual, Cyrillo acabou sendo infeliz em sua resposta: "O Richarlyson quase foi do Palmeiras". O detalhe é que ninguém havia tocado no nome do atleta tricolor. Com base no artigo 22 da Lei de Imprensa, por se tratar de uma injúria feita através da mídia, Renato Salge , advogado do jogador, entrou na Justiça contra o cartola.

No início de julho, entretanto, Junqueira Filho rejeitou o pedido de queixa-crime, alegando que o caso é "insignificante perto da grandeza do futebol brasileiro".

- Ele arquivou o processo e proferiu uma decisão onde ele se fundamentou em seu prórpio pensamento, esdrúxulo e homofóbico. Esse cara tem um desassossego na alma. Posso garantir que a queixa irá prosseguir e já entramos com um processo contra esse juiz no Conselho Nacional de Justiça, lá em Brasília. Pelo menos ele já foi afastado desse processo - explica Salge.

A "Folha de S. Paulo", em sua edição desta sexta-feira, publicou trechos da sentença. A reportagem do GLOBOESPORTE. COM teve acesso ao conteúdo completo. Confira alguns trechos abaixo:


"Se fosse homossexual, melhor seria admití-lo, ou omitir. Nesta hipótese, porém, seria melhor que abandonasse os gramados"

"Quem se recorda da Copa de 70? Quem viu o escrete de ouro jogando, (Pelé, Tostão...). Jamais conceberia um ídolo homossexual"

"O que não se mostra razoável é a aceitação de homossexuais no futebol brasileiro, porque prejudicaria a uniformidade de pensamento da equipe, o entrosamento, o equilíbrio, o ideal..."


Procurado pela reportagem, o juiz se negou a dar entrevistas e pediu que outra pessoa, um escrevente que não quis se identificar, atendesse ao telefone.

- O juiz não vai falar nada. Ele pediu para dizer que o que ele decidiu já está à disposição. Quem quiser que leia. E seu nome permanece nos autos do processo. A decisão de arquivamento permanece e não estamos sabendo de processo nenhuma contra o juiz. Agora o Tribunal de Justiça que vai analisar o recurso movido pelos advogados do Richarlyson. Isso é só mais um casinho - explica.


Por Joanna de Assis Do GLOBOESPORTE.COM.

Só posso lamentar e me permitir ficar em silêncio, pois se um juiz pode cometer crime e ficar impune imagine ao emitir certas desisões infundadas e sem noção..

Nenhum comentário: