sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Putaria no MSN...



Faz um tempo que já navego por esse bom e velho mar de idiotas que muitos convencionaram chamar de “internet”. Sou da época que os direitos autorais de uma música eram violados com arquivos midi. Sou da época que bastava ter uma idéia babaca para atrair investidores e encher o rabo de grana (ah, se eu tivesse feito o Cocadaboa um ano antes...). Sou da época que para conversar com amigos e descolar uma putaria com alguma gatinha solitária no meio da madrugada era preciso usar IRC e, posteriormente, o ICQ. Ter um número de ICQ com poucos dígitos, uns 4 ou 5, era sinal de status e vagabundo vendia isso em sites de leilão.

Mas tudo mudou. Cada vez menos pessoas usam ICQ. A garotada caiu de boca no MSN e logo foi seguida pela galera das antigas. Hoje em dia, minha lista de contatos de florzinha verde gay está sempre vazia, ao contrário da borboletinha colorida gay, sempre com muitos desocupados dispostos a me encher o saco 24 horas por dia.

A migração em massa do ICQ para o MSN foi surpreendente, mas perfeitamente explicável. Como já navego por esse bom e velho mar de idiotas que muitos convencionaram chamar de “internet” há um bom tempo, sei que o fator determinante de qualquer empreendimento de sucesso da web, do Google ao Fotolog, do Mercado Livre ao Orkut, é a boa e velha putaria. Se o seu modelo de negócio não contém um capítulo sobre putaria, esqueça, a “nova economia” não é para você. Ninguém se daria ao trabalho de instalar cabos de milhares de quilômetros cruzando oceanos se por trás disso tudo não houvesse a expectativa de rolar uma putaria.

Pois bem, Bill Gates, visionário, se ligou que para desbancar o programa de troca de mensagens número 1 até o momento bastava criar um similar tosco que facilitasse a prática da putaria. E daí criou-se o MSN, colocando a vídeo-conferência ao alcance de qualquer mané. E bastou as bandas se alargarem, transformando a teoria em prática, para todo mundo encontrar uma boa razão para trocar o seu programa de mensagens instantâneas.

Sou contra o MSN, mas não por ele ser da Microsoft. Sou contra porque ele está acabando com uma das coisas mais belas da web: o “sexo virtual arte”, o “sexo virtual moleque”, o “sexo virtual de várzea”... Agora qualquer chat com uma menininha de 14 18 anos é acompanhado de uma performance na webcam. Onde fica a destreza com a palavra escrita? Para onde vai a malemolência do flerte usando o teclado? Onde fica a imaginação? O sexo virtual virou algo truculento, um “sexo virtual força”, um “sexo virtual de resultado”...

O jogo de xadrez da trepada virtual, que mantinha ereções e umidades durante horas de conversa, culminando com uma bela masturbação a dois ao nascer do sol (quando o pulso único acabava), virou lenda.

Essa modalidade de sexo virtual era tão nobre que mal era considerada traição caso a sua parceira desse uma incerta em seu histórico de conversas. Com poucos argumentos convencia-se que aquilo era um hobby. Você não estava transando com uma vagabunda de internet, mas com a própria imaginação. A outra parte envolvida ali era um mero acessório. Já os screenshots das exibições de webcam que os praticantes do “sexo virtual força” arquivam em seu HD (e posteriormente distribuem em listas de putaria) são muito mais difíceis de serem explicados. É rompimento na certa.

Lamento pelos jovens. O MSN está criando uma geração de pervertidos sem criatividade. Devoradores de carne que só querem saber de se masturbar olhando aquela imagem de pixels mal acabados. Estamos fabricando uma geração de ejaculadores precoces, ignorantes na arte tântrica do coito cibernético.

Abaixo temos uma poesia que concerne o assunto em questão para aliviar a tensão da galera!!

Insano né ?!?!


* * * * * * * * * *


Sexo virtual

Como que se possível fosse...
Como se possível é
Assim te deixar louco
Rouco de desejos
Beijos.

Se a imaginação não existisse..
O coração não sentiria
O pulso não pulsaria
E os dedos, ávidos de desejos
Delineasse as curvas,
Os gestos, no teclado
Noite a dentro.

Vadios de nós...
Nos lençóis virtuais
Amar o não visto
Dos gemidos dados
Ouvidos ao longe
Oceanos a dentro.

E nós, desse jeito...
Sem jeito algum
Procurando um jeito de
Se conquistar
Conquistar-se.

E nós reinventando a roda.....
Nos beijos, desejos,
Vontades sem fim.
Como que se fosse possível
Matar todas as sedes
Desse nosso sentir.

Sexo Virtual?
Onde?

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